Ele já foi o empresário mais rico do Brasil, mas viu parte de sua fortuna e de sua imagem ruírem dramaticamente. Foi preso no ano passado e responde a denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro. Hoje, depois de um longo período sem dar declarações para a imprensa ou falar em público, Eike Batista voltou a dar às caras, numa versão inesperada de si mesmo: virou youtuber .
O empresário reapareceu, nesta sexta-feira (2), com vídeos publicados em seu canal no Youtube e em sua nova conta no Instagram. Nas gravações, Eike Batista agradece o apoio dos amigos que, segundo ele, mandaram "mensagens carinhosas", e anuncia que publicará, toda a semana, um vídeo novo com comentários próprios sobre temas "extraordinários que estão acontecendo no Brasil".
"Amigos, muito obrigado pelo carinho de todos vocês. Estou emocionado porque todas declarações são super carinhosas. Estou de volta. Vou falar sobre nossos projetos transformacionais que fizemos para o Brasil. Quero agradecer o carinho de todos vocês. Obrigado. Vou estar falando muito aqui no Youtube e no Instagram", diz Eike no seu primeiro vídeo publicado no Instagram ._________________________________________________________________________________
O anúncio da estreia do canal foi feito há três dias. Na noite de ontem, ele publicou no Youtube o seu primeiro vídeo com o título "Você sabia?". Na curta gravação, o empresário comenta as perspectivas do Brasil e do Rio de Janeiro na área petrolífera.
"Amigos, eu vou aqui no Youtube aproveitar e falar da minha visão do que vai acontecer no Brasil como um todo", comenta. "A minha leitura do fenomenal crescimento na área do petróleo, do pré-sal, que vai ser um grande motor de desenvolvimento do Brasil para motivar vocês empreendedores e investidores a pensar em investir agora no Brasil", define o novo ' influenciador digital '.
Acusações e acordo de delação
Eike é réu na Justiça Federal do Rio de Janeiro por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo as investigações, o empresário teria repassado US$ 16,5 milhões em propina ao então governador do estado, Sérgio Cabral (PMDB), por meio de contratos fraudulentos com o escritório de advocacia da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, em uma ação fraudulenta que simulava a venda de uma mina de ouro, por intermédio de um banco no Panamá.
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Antes de ser julgado, o empresário chegou a ser preso preventivamente, em janeiro de 2017, na Operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Quando proferiu seu voto, pedindo sua prisão, o presidente da Sexta Turma do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), ministro Rogério Schietti, afirmou que ele deveria continuar preso ante a “magnitude sobrenatural, que foge de qualquer parâmetro que se vê no cotidiano forense”, dos crimes praticados.
O Ministério Público Federal (MPF) chegou a afirmar que os prejuízos aos cofres públicos provocados por Eike são “imensuráveis”, tendo provocado prejuízo “profundo e significativo ao patrimônio e à moral do estado do Rio de Janeiro e do Brasil”.
Ao defender a liberdade de Eike Batista, o advogado Fernando Teixeira Martins afirmou, em abril do ano passado, que o empresário sempre buscou colaborar com a Justiça, em especial desde que foi solto pela liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) . “Não houve nesses três meses nada que pudesse ensejar qualquer desconfiança”.
Em outubro, a Segunda Turma do STF decidiu conceder liberdade a Eike Batista, que cumpria prisão domiciliar desde abril. Contudo, os ministros impuseram o recolhimento domiciliar, o que significa que Eike não poderá sair de casa durante a noite, nos finais de semana e feriados . Agora, segundo o jornal O Estado de S.Paulo , o empresário prepara a documentação para assinar um acordo de delação premiada .
fonte: ultimosegundo
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