O general sul-vietnamita Nguyen Ngoc Loan dispara contra o vietcongue Nguyen Van Lem em Saigon - |
Edgar Silva
SÃO PAULO
Quando Eddie Adams, então fotógrafo da agência americana Associated Press, flagrou o general Nguyen Ngoc Loan executando um prisioneiro vietcongue com um tiro na cabeça, a Ofensiva do Tet estava em seu início, em plena trégua do Ano-Novo Lunar.
Naquele mês de fevereiro de 1968, a Folha trouxe dez manchetes sobre o conflito. Mesmo quando a principal chamada tratava de outros assuntos, fotos da guerra estampavam grande parte da Primeira Página, como no dia 3, quando mostrou a imagem de uma família que fugia da cidade Da Nang sob tiroteio.
No dia seguinte, com a manchete "Vietcongue começa a recuar em Saigon", o jornal trouxe o relato (resumido abaixo) e os primeiros números de mortos da ofensiva.
Na madrugada de sábado (3), a guerra teve novo capítulo na periferia de Saigon, próximo ao aeroporto de Than Son Nhut e dentro do bairro chinês de Cholon. No conflito, até o momento, tinham morrido 12.700 guerrilheiros e 1.700 americanos e sul-vietnamitas. Baixas na população passaram dos milhares.
A icônica fotografia de Adams, que chocou a opinião pública, não chegou a ser publicada na Folha à época. No entanto, em 6 de fevereiro, a seção "Panorama Internacional" (pág. 2), de Newton Carlos, falou sobre a imagem, exibida na TV dos EUA.
"O americano viu com os próprios olhos o assassínio a sangue frio de um prisioneiro vietcongue [...] As técnicas modernas de comunicação só registram, no entanto, o que é flagrante. Muitos lances desse jogo sujo morrem nos laboratórios da diplomacia secreta, da espionagem, da corrupção e de um militarismo em expansão."
FONTE: Folha
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