Em entrevista exclusiva ao G1 durante sua visita a Salvador nesta terça-feira (10), a paquistanesa que ganhou o Nobel da Paz defendeu a inclusão do ensino sobre a igualdade de gênero nas salas de aula.
Na semana em que completa 21 anos, Malala Yousafzai, ativista paquistanesa e ganhadora do Nobel da Paz, conta, em entrevista exclusiva ao G1, que decidiu passar a data ao lado de jovens brasileiras ativistas dos direitos da população indígena e negra.
A comemoração acontecerá nesta quinta-feira (12) no Rio de Janeiro, diz ela, e a população não-branca do Brasil entrou no seu foco principal por ser justamente a que mais sofre com a falta de acesso à educação.
“Vemos que só 30% das crianças afro-brasileiras terminam a escola. As comunidades indígenas representam 0,5% da população, mas representam 30% dos que estão fora da escola ou são analfabetos. Então existe necessidade de apoio. E o meu objetivo é sempre alcançar as áreas onde o apoio é mais necessário”, afirma ela.
A conversa, que durou 15 minutos, ocorreu no pátio de um hotel no Centro Histórico de Salvador, depois de um almoço regado a guaranáe de ouvir a música “Parabéns a você” no batuque do Olodum.
Nesta terça, Malala anunciou que vai investir US$ 700 mil no trabalho realizado por três ativistas brasileiras, da Bahia, de Pernambuco e de São Paulo. Mas afirmou que ajudar na inclusão das 1,5 milhão de meninas do Brasil que atualmente estão fora da escola é só um passo em seu objetivo final: fazer isso com todas as 130 milhões de meninas nessa situação em todo o mundo.
Para cumprir a meta, ela afirma defender esforços em todas as áreas, inclusive a política, com leis que ajudem na evolução da igualdade de gênero. Para a jovem paquistanesa, oferecer informações a meninas sobre sua saúde sexual e sua educação sexual é "crucial", principalmente considerando as meninas que são vítimas de assédio.
“Esse ensino só as lembra [as meninas] de que elas têm direitos independentemente de sua origem, ou de seu gênero. Acho que isso é crucial, e se isso for proibido, vai ser um grande desafio para atingir nosso objetivo de igualdade.”
fonte: G1
DA REDAÇÃO
DE OLHO NAS CIDADES
NOTÍCIAS DE PRIMEIRA
0 Comentários