A missa foi celebrada na noite da última quinta-feira (24), às 19h, na Igreja das Fronteiras, bairro da Boa Vista, no Recife, que marcaram os 10 anos da morte do advogado Manoel Mattos.
A OAB-PE e várias entidades da sociedade civil apoiram a iniciativa em memória do militante de Direitos Humanos assassinado por integrantes de uma milícia em Pitimbú, cidade do litoral paraibano que faz fronteira com Pernambuco, após fazer uma série de denúncias contra milicianos que atuavam na região.
A missa será celebrada pelo padre Fábio Potiguar, da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife e será transmitida na internet na página do Facebook do Instituto Dom Hélder Câmara.
Manoel Mattos atuou como advogado na Zona da Mata Norte de Pernambuco, que sofria com a atuação contínua de milícias e grupos de extermínio.
“Nesta quinta-feira (24), iremos homenagear o legado histórico que ele deixou para a advocacia pernambucana na luta em favor dos Direitos Humanos”, disse o advogado Manoel Moraes, militante de Direitos Humanos e ex-membro da Comissão da Verdade em Pernambuco.
Segundo Moraes, as denúncias de Mattos apontando a atuação de grupos de extermínio chegaram ao âmbito internacional, na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e levaram à criação da CPI do Narcotráfico e CPI da Pistolagem.
“O descumprimento das medidas cautelares de proteção a Mattos e família fez com que ele fosse assassinado em sua casa de praia em Pitimbú, em 2009. A advocacia pernambucana, com o apoio da OAB-PE, fez história quando conseguiu que a investigação da morte de Manoel fosse federalizada. A primeira na história do país”, disse Moraes.
Em abril de 2015, seis anos após o crime, o júri popular condenou o sargento reformado Flávio Inácio Pereira a 26 anos de prisão e o ex-policial militar José da Silva Martins a 25 anos de prisão, ambos em regime fechado, por homicídio duplamente qualificado.
O sargento Flávio foi considerado o mandante e José Martins o executor do crime. Outros três acusados foram absolvidos. Em setembro de 2017, um desses absolvidos, o ex-PM Cláudio Roberto Borges, foi assassinado em Itambé. Ele trabalhava como segurança de um vereador da cidade.
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